O co-enzima Q10 (CoQ10) é um nutriente cuja importância se pode comparar à de uma vitamina. Este suplemento foi descoberto em 1957 e, desde então, tem sido alvo dos mais variados estudos. Esta co-enzima possui uma estrutura química que se assemelha à da vitamina E e, tal como esta, é também um poderoso antioxidante.
Contudo, a sua principal função química é ser responsável pela produção de energia nas células, auxiliando as enzimas nos seus processos catalisadores, imprescindíveis ao funcionamento do nosso organismo. Esta co-enzima está presente praticamente em todas as células, pelo que também é apelidado de ubiquinona, pelo seu carácter ubíquo (que está ao mesmo tempo em toda a parte). Muitos pesquisadores comparam o papel desempenhado pelo CoQ10 no nosso organismo ao de uma vela de ignição no motor de um carro, devido à importância que este nutriente possui na produção de energia nas células. O trabalho de pesquisa sobre este nutriente, valeu ao britânico Dr. Peter Mitchell o Prémio Nobel de química em 1978. Hoje em dia, o CoQ10 continua a ser alvo de inúmeros estudos. Porém, é correntemente utilizado como adjuvante em muitos tratamentos, um pouco por todo o mundo, em especial no Japão.
O nosso organismo possui a faculdade de sintetizar este co-enzima; contudo são comuns deficiências de CoQ10. Como o coração é um órgão metabolicamente bastante activo, a deficiência deste co-enzima afecta, em primeiro lugar, o seu funcionamento. A falta de CoQ10 pode resultar de carências nutricionais, de deficiências genéticas ou adquiridas por alguma razão específica ou ainda, devido à necessidade acrescida de alguns tecidos. Para além destes factores, os níveis deste co-enzima diminuem também com o avançar da idade.
O coração necessita constantemente de energia e, como a CoQ10 promove a produção de energia nas células (em especial do coração) permite uma melhor oxigenação e performance cardíaca. Assim, este suplemento é utilizado principalmente a nível cardíaco na prevenção e melhoria da sintomatologia das doenças cardiovasculares como insuficiência cardíaca, pressão arterial elevada, cardiomiopatia, prolapso da válvula mitral, cirurgia bypass das coronárias e angina de peito, entre outras.
Como o co-enzima Q10 está intrinsecamente ligado ao processo de produção de energia a nível celular, é utilizado também como substância ergogénica (melhora a perfomance atlética), devido ao facto de beneficiar o rendimento muscular e ajudar a combater a fadiga. Por esta razão a ele recorrem frequentemente os desportistas de forma a melhorar o seu rendimento, já que não tem os inconvenientes das substâncias dopantes.
A outros níveis, este nutriente é também utilizado por nutricionistas em dietas de emagrecimento, devido ao facto do CoQ10 estar relacionado com a produção de energia. Pelo facto de actuar a nível da reparação dos tecidos pode também ser útil em situações pós-operatórias.
Como já referi anteriormente, os níveis de CoQ10 tendem a diminuir com a idade, pelo que uma suplementação deste nutriente ajuda a prevenir algumas afecções relacionadas com o envelhecimento. Por exemplo, é utilizado em preparados cosméticos, com o objectivo de combater a acção dos radicais livres sobre a pele.
Pode obter este co-enzima em alimentos como a sardinha, a cavala, o salmão, os amendoins, os espinafres ou óleo de soja. No entanto, pode tomar CoQ10 sob a forma de cápsulas, de preferência vegetais de base lipídica. O CoQ10 é um componente comum em fórmulas antioxidantes e cardiovasculares. Apesar de não apresentar toxicidade são recomendadas doses de 15-60mg diárias.
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