Nicotina é uma das drogas que provocam maior dependência
física e o cigarro não passa de um dispositivo atraente para facilitar seu
consumo. Tudo ocorre de forma muito simples: a pessoa põe o cigarro na boca e
aspira a fumaça que alcança os pulmões. Dos
pulmões, a nicotina passa rapidamente para a circulação, espalha-se pelo corpo
inteiro e atinge o cérebro onde exerce sua ação aditiva. Na verdade, ela chega
mais depressa ao cérebro quando aspirada do que quando injetada na veia.
Não tenho a menor dúvida de que todo
fumante gostaria de deixar de fumar. Mesmo aqueles que afirmam – “Não, não
estou interessado” – falam assim porque não conseguem abandonar o cigarro e não
porque não o queiram.
A crise de abstinência de nicotina
manifesta-se em minutos e é pior do que a de outros alcaloides, como os que
existem na maconha, na cocaína e na heroína. Esses ainda permitem ao usuário
ficar muitas horas longe deles. A nicotina não dá descanso. A pessoa passa duas
horas no cinema. Quando as luzes se acendem, está tão desesperada para fumar
que desconsidera os avisos e acende o cigarro ainda na sala de exibição.
O fumante sabe que cigarro dá câncer,
infarto, derrame cerebral, mas não se abala com isso. O ser humano não liga
para as piores desgraças que lhe possam acontecer, desde que ocorram num futuro
distante. A espécie foi selecionada assim. De que adiantava ficar planejando a
vida para os vinte anos seguintes, se o homem primitivo não sabia se, no fim do
dia, estaria vivo para voltar à caverna trazendo a caça que fora buscar para
alimentar a família?
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